sábado, 22 de janeiro de 2011

Seroplex

E ele estava lá, encarando-a.
Branquinho, pequeno, bonito.
Aquela era a saída para todos os seus problemas, para começar um ano bem, um ano feliz.
Depois de todo os sorrisos, de todos os objetivos alcançados, de tanta coisa...
Depois de cortes, de cicatrizes, de sofrimento, dor e angústia e depois de felicidades, de tamanhos menores, de mais leveza na alma e no corpo.
Elau estava triste sem motivo?
Não sei explicar. Não é assim que funciona o sem motivo?
O novo não atrai. Aliás, o novo tem seus problemas, também. E eles te deixam com mais problemas na cabeça. O novo, na verdade, é bom, mas conserta uma coisa que quebra outra.
Não parava de me olhar... ele dizia: "vem, vem.... eu te faço feliz".
Ela hesitou. Estava confusa. Queria um motivo pra não ter que fazê-lo, mas não encontrava nenhum.
Ela era feliz, antes. E agora, era feliz? Ela não sabia responder.
Ela sabia que, sim, tinha chegado muito longe em seus objetivos, mas não sabia se era feliz. Ela acreditava piamente que não existia felicidade plena, mas sabia que os momentos de felicidade que ela teve depois tinham compensado todo o sofrimento.
Mas, e agora? Eles compensavam?
Ninguém a pressionava,a não ser ela.
Ninguém a cobrava, a não ser a cabeça dela.
Ninguém a mandava voltar ou seguir, a não ser o corpo dela.
Ela se olhava no espelho e citava Cecília. Quem lhe havia roubado a face? Em qual espelho ela se perdeu?
Ela não sabia responder, ainda. Só sabia que, lá no fundo, ela sabia que ela hoje, era resultado das suas próprias decisões. As olheiras profundas eram a prova disso.
Ela o considerou. Ele continuava lá, olhando-a.
10 mg.
Ela engoliu, com a esperança de uma solução pros seus problemas.

Tchaubeijoenaomeliga ;*



PS: texto pensado a partir de uma cena de filme. resolvi escrever essa observação pra vcs pararem de achar que vou me matar! hahahaha!