Pois é, chegou o mês de junho, né não? Final de período na faculdade, final de aulas na escola que eu ensino Ingrêis, preparativos pra viajar como sempre... e a vida agitada indo.
Aqui em na Ilha de Lost, como já diria a Coquete, junho significa a temporada de arraiais, de bumba-meu-boi, de cacuriá e tambor de crioula, nossa maior manifestação de cultura e que foi recentemente nomeado Patrimônio Cultural da Humanidade - eu lembro, eu tava lá cobrindo este evento, entrevistando Gilberto Gil debaixo de sol e chuva e quase sendo pisoteada pela multidão, uma loucura.
Enfim, o mês de junho - além da depressão que a data comercial do dia 12 traz para os pobres encalhados como eu - é, no geral, um mês alegre. Os índios do Boi de Morros me deixam beeeem alegre, apesar de eu achar que eles decaracterizam o evento e eu os achar um pouco bregas. Mas gente, que dança safada é o cacuriá, néam? É um esfrega-esfrega danado!! Ontem no arraial daqui da escola eu vi as crianças dançando e fiquei pensando se elas pelo menos sabiam o que estavam fazendo. Ainda bem que não, assim a gente pode dizer que realmente é uma manifestação de cultura e tradição, e não de sem-vergonhice e esfregação a olho nu.
Outra coisa que eu reparei foi nas vestimentas das pessoas. Sabe, o "arraial" é uma quermesse do interior. É apenas uma simbolização de uma festa de interior, que as pessoas vestem vestidos de chita e camisas quadriculadas, daí o nome "festa caipira". Poquê raios em São Luís as pessoas se vestem pra um arraial como se fossem pra uma festa de 15 anos? Salto 15, quinhentos quilos de maquiagem, roupas extremamente enfeitadas, e por aí vai. O enfeite até que a gente deixa passar, afinal de contas, Boi de São João tem que ter brilho! Gente, mas primeiro... pra quê um salto 15 num chão de terra pisada? Ai, fico louca quando vejo.
Junho também é o mês de Santo Antônio. Gente, tenho pena de Santo Antônio, coitado. Encalhadas do mundo todo afogam, amarram, batem no santo procurando um marido. Tadinho, gente. Por isso que elas continuam encalhadas... como alguém que é tão sacrificado vai dar um marido bom pra alguém? Impossível. Nesse caso, ando recomendando que minhas amigas apelem pra Santo Expedito, o santo das causas impossíveis. Ele deve andar mais desocupado e ainda resolve esses dilemas da vida moderna, veja só.
No mais, aproveitem as festas juninas para comer muita torta de camarão e tomar muita água de côco para não desidratar - nada de beber e dirigir, olha multa de R$950 minha gente! - e aproveitem para dar um tempo da vida louca do dia-a-dia.
tchaubeijomeliga! ;*
PS: Tô realmente preocupada com Santo Antônio. Dá um tempo pra ele, gente. Tadinho. =/
PS2: Cuidado aí na hora de dirigir, gente. São João é uma época meio remosa pra acidente. Cuidado, viu. E aind tem a nova lei que multa quem tomar que seja um copo de bebida alcóolica. Cuidado mesmo.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Anarriê!
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3 comentários:
Papai disse que o São João representa muito bem a nossa ilha como a ilha de Avalon. Já leu as Brumas? Fala sobre a vida do rei Arthur com a perspectiva da feiticeira Morgana que nasceu em Avalon, um local misterioso que possui uma data especifica para colocar as pessoas dançando em volta da fogueira, até altas horas, cantando e rodando ao lado de um ser com chifres. Coincidencia???? :D
é amiga, nao entendo o pq dos saltos e das maquiagens, na verdade a festinha ta perdendo o sentido prioritário e está se tornando mais um modismo como acontece com tudo em são luís. não se tem um luigar pra sair entao que tal da uma passadinha no arraial? infelizmente é assim q as coisas vêm acontecendo. vc não ve mais as quadrilhas organizadas nos bairros, onde as crianças vivbiam o verdadeiro sentido da festa. eu ainda peguei essa época, graças a Deus.
boas férias, boa viagem, vê se volta viu?
p.s. ninguem merece essa nova lei, putz, além de tudo ainda vou ter que pagar um motora pra me carregar por aí. esse povo complica né? p q q custa um copinho de cereveja? agora esse copinho pode custar 950 contos. aaaaaaaaaaaaaaaaaffffff.
bjs
se puder assista Marvada Carne com Fernanda Torres, filme antigo e muito bom. Um lado do Brasil ingênuo e rural.
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