segunda-feira, 14 de junho de 2010

Noites Frias não me fazem bem.

Eu não sou uma pessoa muito dada ao sofrimento sem motivo, não.
Não gosto de sofrer, aliás, por motivo nenhum. A vida me ensinou que sofrimento é, sim, opcional, e que a gente pode evitar quando quiser realmente que ele suma.

Contraditoriamente, hoje é um dia que estou sofrendo sem motivo aparente. Aliás, o motivo "estar sozinha" não é um sofrimento aparente. Eu nunca sofri com isso permanentemente. Em alguns dias, isso me abate, mas não é o dia dos namorados. Aliás, nunca passei um dia dos namorados acompanhada, portanto, não me faz a menor diferença, pra mim é um dia como qualquer outro, e cada ano sinto menos essa data. Acho que dias frios me abatem mais. Um dia como hoje me faz lembrar todos os casos, namoros, ficas e relacionamentos que já tive. E o pior é que me faz sentir falta deles. Até dos canalhas....

E aí, lembro. Revivo, re-sinto, sinto falta. Rio, e por dentro choro de saudade de alguns bons momentos.
Lembro de tardes de escola em que mentia que ia fazer trabalho e ia pra casa do namorado. Relembro noites de reggae, noites de festas na boate em que eu não queria, mas morria de ciúme quando outras ficavam. Relembro carnavais no interior, e noite de intermináveis promessas de amor...os pagodes, o ciúme das meninas que iam nos pagodes, as músicas compostas e cantadas pra mim. Relembro as bebidas com os amigos, os marafolias que traziam com ele sempre um amor de carnaval...Sinto as mesmas possibilidades erradas de romance que senti naquela época, a tentativa de encontros semanais, a fuga para outros países pra esquecer. Lembro como fui enganada por tanto tempo por sentimentos reais de um amor que não existia, e sinto ódio quando lembro. E depois do ódio, sinto de novo o amor das conversas de uma amizade q cresceu, que me fez enlouquecer e perder o juízo algumas vezes, mas que foi o meu amor mais compensador, apesar do final que teve. E que eu teria coragem de repetir tudo quantas vezes ele aparecesse, pra conversar, pra me amar, pra falar de carro, do que ele quisesse...nem que fosse só pra se despedir e dizer que não ia dar, nunca mais. E tenho certeza de que, se muitas coisas tivessem acontecido diferentes, talvez ainda estívessemos juntos, ou  não, né? e que o valor da amizade hoje em dia é bem maior...e depois, passo a lembrar de noites de eterna farra e de muita raiva pra mim, mas noites em que existia carinho, pelo menos, enquanto vícios não corroeram o tempo que eu estava disposta a me entregar novamente a outra pessoa.... Lembro noites de conversas divertidas que se renderam ao calor do momento, e aí, depois, relembro de outros momentos que a loucura era muito boa, mas nem sempre é a melhor coisa e que momentos bons podem ser divididos sempre, em todas as circunstâncias....

E, quando esses noites veem, eu me abraço com meu travesseiro e tento encontrar meus erros. E não que eu não os tenha cometido, aliás, cometi vários em cada um dos meus relacionamentos. Mas também, já deixei de tentar entender que tipo de valores os homens procuram, que tipo de mulher, que tipo de amiga. Hoje, procuro viver a minha vida, tentar pagar minhas contas, conservar minhas amizades e meus valores. E, enquanto a vida acontece, essas noites me assombram... e me trazem de volta o medo controlado de envelhecer sozinha.

É tempo de silêncio e solidão.

tchaubeijomeliga ;*

4 comentários:

Camila Chaves disse...

estou lendo um livro que fala sobre solidão e é incrível como tenho me percebido nela e encontrado pessoas muito próximas envolvidas por esta danada, também.

bacana ler este texto teu falando sobre esse sentimento, porque tu, assim como eu, não somos de usar blog para falar das pitangas que choramos em travesseiros jogados na cama. isso faz com que textos como esse não fiquem cansativos, uma vez que não foram escritos por quem sempre fala ou sempre falaria sobre isso.

de tudo, rafa, o que mais achei bonito, foi isso de tu falares que de tudo ficou uma amizade. tu falaste de ter vivido momentos bons e não bons, de amor e ódio, de querer estar perto e de fugir para não estar, todos dicotômicos, mas que tu preservaste um sentimento bom ao fim de tudo.

isso me faz sentir esperanças sobre a capacidade que as pessoas precisam ter de guardar sentimentos bons em seus corações. ai, pararei, estou ficando emo nesse meu comentário. hahaha.

um beijo,

Unknown disse...

Cada momento é vivido com aprendizados e vivencias diferentes. Aprendeste muito com o passado mas não o reviva, faça melhor de hj em diante. Encontrar a cara metade é difícil as vezes queremos acreditar e acabamos fazendo escolhas erradas não se imponha nada, as noites podem ser frias mas seu coração sempre foi bem quietinho. Sei que palavras não vão aquecer seu coração, mas sei que sua maturidade lhe faz crescer a cada dia. Viva, Cresça e se desenvolva, construa sua vida em bases sólidas que qnd o verdadeiro amor vier ele só vai complementar a felicidade que vives!

Rafaela disse...

Camilete,
É mto difícil falar de solidão, pra mim. Logo eu, que tenho milhares de pessoas a meu redor o tempo inteiro, e que conheço o mundo e todo mundo. Falar de solidão é como se eu tivesse dizendo pras pessoas um grande "viu? eu sou normal, eu nao sorrio 24h do dia."

Eu acho que o bom do amor é qd ele "muda", sai do dicotomismo e passa a ser a felicidade qd a gente o encontra. Assim eu vejo meus amigos: eu fico feliz, mesmo, toda vez que os vejo bem. E pra mim, relacionamentos "mudam de amor". Passam de amor tórrido a amizade, depois que curados. Não pra ser amigo enquanto se ama como mulher, mas dá pra se amar um amigo e querer abraçá-lo pra sempre.

Enfim, as vezes é difícil isso acontecer quando existe uma pequena tensão senxual rodando as pessoas, mas geralmente, quando ela nao existe mais, é bom poder compartilhar da cumplicidade que ficou e revertê-la à amizade.

Rafaela disse...

Jowjow,

é reviver no bom sentido, hheheh! afinal, eles fizeram e farão sempre parte da minha história, né?